quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Christus-Statue:schwarz, rot, golden e eu feliz no Dona Marta

Eu levo bem a sério essa brincadeira de Alemanha, falou em concurso, promoção e sorteio então, tô dentro. Aí eles decidem iluminar o Cristo com as cores da bandeira no dia que se comemora a unificação do país, claro, não só por isso. Ano que vem aqui é o ano deles. Ou seja, Ano da Alemanha no Brasil. Claro, estou bastante animada com isso. Mas não é disso que quero falar. O concurso é o seguinte. Quem tirar a melhor foto do Cristo hoje, ganha uma passagem pra Alemanha. O que pra mim significa: Berlin, Berlin, Berlin! Vamos lá. Bom, não tenho uma boa câmara, ooops câmera. Pego uma emprestada e saio em busca do melhor ângulo. Resolvo subir o Dona Marta. O que pra mim significa: Mototáxi, Mototáxi, Mototáxi! Mas não, fui de bonde. Muito legal, são 5 estações. E uma eles chamam carinhosamente de Jackson. Passo a Jackson e desço na última. Nem bem termino de arrumar a câmera já escuto. Kuck mal! Ok, tenho concorrência na área. Depois de umas 20 tentativas, noto que não rola tirar foto sem tripé sem prender a respiração. Nem prendendo a coisa ficou boa. Fiquei frustada, mas não desisti. O Cristo está colorido até amanhã de manhã. E hoje nem pretendo dormir. Pra combater a frustração, desci a pé, e valeu cada momento. Muita gente me consolou por eu não ter tido sucesso como fotógrafa. E eu em troca expliquei que não eram as cores de uma daquelas gelatinas coloridas, era a bandeira da Alemanha. Eu um momento confesso que resolvi simplificar que hoje é aniversário deles, e curiosamente ninguém me perguntou.Porque diabos eles vieram comemorar aqui? Nos primeiros degraus já não resisti de proteger a máquina emprestada do amigo. Precisava registrar aquelas cenas, aquelas pessoas. E foi assim... (tem até uma do Cristo, pra não falar que perdi o foco, embora seja exatamente o que aconteceu, sem metáforas)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Olá meu bem,

Infelizmente ou não, ainda não nos conhecemos. Pelo menos tenho uns 90% de certeza disso. Mas isso não me impede de pensar em você. Hoje pensei mais que o normal, por isso decidi te escrever. Acho muito engraçado a quantidade de vezes que me pego pensando em alguém que ainda não conheço. Isso porque nem sempre consigo “me pegar” nessa condição, passa despercebido. É curioso, eu sei. Mas é divertido, vou te explicar. Sem ter te visto, tenho uma idéia, um pouco nebulosa de como você é fisicamente. Você é muito bonito (embora muitos pensam o contrário), e o que eu mais gosto de tudo, é a forma como você sorri com os olhos. Outros detalhes são menos importantes, muito menos importantes do que o seu sorriso. Fico imaginando como será o dia que nos conhecermos. Não gosto de pensar sobre isso, odeio na verdade, fico super ansiosa. Mas é difícil evitar. Será que vamos nos reconhecer? Acho que sim. Afinal, eu pelo menos, não sou dessas que arriscariam não ir falar com você caso tivesse alguma suspeita de que você é você. Isso é bom por várias razões, a principal é não correr o risco de você passar despercebido e a segunda, é que algumas dessas vezes, que eu arrisquei pra saber se era você, e não era, acabei conhecendo pessoas legais. Engraçado. Deve ser porque pessoas que tenha um pouco de você, a ponto de me confundir, já são especiais. Nossa, tenho tanta coisa pra te falar quando nos encontrarmos. Mas prometo ir devagar. Vou me segurar muito pra não te cansar logo de cara. Acho que sei fazer isso muito bem. Ahh! Você não sabe! Tenho mania de fazer caixas para pessoas. Pensei em fazer uma pra você. Claro que não vai ter seu nome etiquetado e tal. Afinal, isso é uma coisa que não posso saber, o seu nome. Imagina em tempos de redes sociais! Eu não iria resistir em te procurar por aí. Mas então, voltando a caixa, acho que vou fazer uma caixa postal pra você, virtual mesmo, já que você também ainda não é tãoo real. Vou te mandar umas coisas, coisas que me lembram você. Depois, um dia te dou a senha. Assim pelo menos, não perco essas coisas. Nossa, vai ser ótimo, tenho várias músicas que queria ouvir com você um dia, coisas que quero fazer e lugares para visitar. Prepare-se, quando abrir a caixa vai ter só listas e listas. Além de caixas, eu amo listas. Ahh! E gosto também de promessas. Mas isso não tem nada a ver contigo. Por enquanto. Outro dia estava pensando sobre seus defeitos. Claro que você tem. Fique tranqüilo. Não espero e nem acredito em perfeição. Defeitos prováveis (era o nome da lista): 1) mal gosto musical. 2) mal gosto pra se vestir. 3) vício em vídeo-game. 4) vício em futebol. 5) preguiça. 6) não gostar de provar coisas novas – vamos dar o exemplo.. comida. Bom, de todas as opções a número 1 é a pior pra mim. Sei que você pode dizer que gosto não se discute ou é muito relativo, enfim, mas não é bem assim. Mau gosto é realmente melhor não se discutir, por isso eu acho esse o pior defeito. Para o número 2 sempre temos esperança que possa mudar, embora, depois de uma certa idade, isso fica cada dia mais complicado. Para os números 3, 4 e 5 eu já estou preparada. Pratiquei muito e continuo me dedicando com muita determinação, para me preparar e saber lidar com eles. Sobre o 6, que dei o exemplo de comida, seria tipo ter o paladar infantil sabe? Que só come a mesma coisa sempre, e, além de satisfeito, ignora todos os outros alimentos que existem. Acho isso um desperdício enorme, e me irrita muito. Chega de defeitos, eu tenho centenas. Sabe quando mais lembro de você? Quando estou feliz. Você está ligado a tudo de bom da minha vida. Quando vou a algum legal, quando ouço uma música boa. Quando viajo. Quando a lua está linda. Quando devoro um livro ou vejo um filme cinco vezes. Quando acordo de bom humor. Quando compro flores. Quando apanho frutas no pé. Quando é natal, e quando está muito frio. Por mais que eu não evite, sempre volto a pensar no dia que nos encontrarmos. Nos seus olhos sorrindo. Eu acho que vou perder a respiração, sentir nó na garganta e o rosto queimar. Talvez eu chore, eu choro muito de felicidade. Bom meu amor, vou dormir. Provavelmente pensando em você. Um beijo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Por uma vida menos... (palavra em estudo) Episódio 1

Eu gostaria de começar com Tudo Começou... mas na verdade não foi tudo que começou no começo, então vou dar início de um outro jeito qualquer.
Não lembro desde quando o funcionamento do mundo me incomoda tanto. Quando criança eu sentia muita pena e saudade das coisas. Eu fazia amizade com pedras, formigas,coelhos, patos, trevos (meus preferidos) e vivia pensando em como era a vida desses meus amigos. O que eles sentiam, do que eles precisavam. Claro que essas amizades não duravam muito tempo. Eram passageiras. Mas eu sempre sentia que eram partes de uma coisa maior. O incomodo vinha quase sempre das atitudes humanas. Não somente dos mais próximos a mim, mas das notícias da vida fora da minha bolha em Jacutinga.
Por volta dos 10 anos, eu desenvolvi uma paixão muito forte pelos Estados Unidos. Nada estava ligado ao Mickey, e sim aos sentimentos dos personagens que eu conhecia nos filmes. A inocencia é uma benção (versão infantil e gentil para: A ignorancia é uma benção). Eu acreditava que os EUA eram um país engajado na luta por um mundo melhor. Ok, de certa forma eles são. Se o mundo fosse só eles.
Depois que descobri que a coisa não era nada assim acho que fiquei envergonhada, e logo mais entrei na adolescencia, sobrou só o incomodo resultando quase sempre numa vontade imensa de fazer merda.
Muito mais tarde (nem tanto assim), eu virei mãe. E fiquei mais forte pra buscar a causa desse incomodo, porque eu não queria o mesmo para o meu filho. Não sei ao certo se eu encontrei ou se tive ajuda de outras forças. Caí nas redes macias da pedagogia Waldorf. Dentro dessa rede, tudo passou a fazer sentido pra mim. As idéias, os valores, as atitudes, as comidas, as amizades. Tudo. Eu até usaria as roupinhas semi-hippies se fosse necessário para ser aceito no grupo. Mas por sorte não foi.
Esse episódio número 1, poderia ser o zero. Porque vou parar por aqui.

sábado, 31 de julho de 2010