sexta-feira, 11 de março de 2011

Por uma vida menos... (palavra em estudo) Episódio 1

Eu gostaria de começar com Tudo Começou... mas na verdade não foi tudo que começou no começo, então vou dar início de um outro jeito qualquer.
Não lembro desde quando o funcionamento do mundo me incomoda tanto. Quando criança eu sentia muita pena e saudade das coisas. Eu fazia amizade com pedras, formigas,coelhos, patos, trevos (meus preferidos) e vivia pensando em como era a vida desses meus amigos. O que eles sentiam, do que eles precisavam. Claro que essas amizades não duravam muito tempo. Eram passageiras. Mas eu sempre sentia que eram partes de uma coisa maior. O incomodo vinha quase sempre das atitudes humanas. Não somente dos mais próximos a mim, mas das notícias da vida fora da minha bolha em Jacutinga.
Por volta dos 10 anos, eu desenvolvi uma paixão muito forte pelos Estados Unidos. Nada estava ligado ao Mickey, e sim aos sentimentos dos personagens que eu conhecia nos filmes. A inocencia é uma benção (versão infantil e gentil para: A ignorancia é uma benção). Eu acreditava que os EUA eram um país engajado na luta por um mundo melhor. Ok, de certa forma eles são. Se o mundo fosse só eles.
Depois que descobri que a coisa não era nada assim acho que fiquei envergonhada, e logo mais entrei na adolescencia, sobrou só o incomodo resultando quase sempre numa vontade imensa de fazer merda.
Muito mais tarde (nem tanto assim), eu virei mãe. E fiquei mais forte pra buscar a causa desse incomodo, porque eu não queria o mesmo para o meu filho. Não sei ao certo se eu encontrei ou se tive ajuda de outras forças. Caí nas redes macias da pedagogia Waldorf. Dentro dessa rede, tudo passou a fazer sentido pra mim. As idéias, os valores, as atitudes, as comidas, as amizades. Tudo. Eu até usaria as roupinhas semi-hippies se fosse necessário para ser aceito no grupo. Mas por sorte não foi.
Esse episódio número 1, poderia ser o zero. Porque vou parar por aqui.

Um comentário:

... disse...

gostei! queria o episódio 2!